sábado, 25 de dezembro de 2010

o falecido

"sim, ele ainda existe"
Dói pensar isso. Dói imaginar que mesmo depois de 2 anos, ele ainda não morreu. Foi afogado, apagado, enterrado, excluído, dominado, esquecido, mas ainda sobrevive.
Sua marca foi tão forte que ainda aparece nos meus sonhos, me persegue, me entristece, me envolve. A imagem já um pouco desaparecida, revive no meu sono mais profundo, talvez onde estejam meus desejos mais intensos e secretos.
O que não foi resolvido me assombra. Me faz curiosa. Como seria? Talvez nunca saberei. Talvez saberei em pouco tempo. Talvez tudo aparecerá novamente de uma maneira repentina.
Mas prefiro me esconder. Me reservar o direito de me manter distante. E essa distância real me conforta. Porém, também questiono-me. Se mesmo de tão longe, tem esse efeito em mim, o que será quando nos encontrarmos?
Não. Não quero encontrar. Sinto que nunca estarei preparada. Seu rosto desaparece em mim.
Alguns sinais me apontam respostas, porém a incerteza ainda prevalece.
Enquanto isso, sigo. Não sei se bem ou mal, feliz ou triste, cicatrizada ou ferida. O importante é seguir.

A dúvida mais cruel de todas é: será que EU ainda existo? responda você.

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