sexta-feira, 28 de outubro de 2011

a troca

Vamos fazer assim:
eu te dou meu coração e você me dá sua alma.
eu te dou meu orgulho e você me dá seu futuro.
eu te dou minha felicidade e você me dá sua vida.

Sim, eu preciso de muito pra sobreviver.
Preciso de você inteiro.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

presa em mim



Me perco nas minhas cobranças e nos meus próprios pensamentos. Enjoo de mim, fico de saco cheio dessa pessoa desequilibrada. Raiva, impaciência.
Caio no abismo da insegurança e as ultimas forças ainda continuam tentando me tirar de lá.
Parece impossível.
Não aguento mais essa pessoa difícil, complexa, desestruturada. Me irrito comigo mesma, me destruo.
"Volta, volta!", minha razão grita, desesperadamente. "Volta pra cá!". Os gritos são abafados pelo sentimento. Sentimento que adoece.
Estou doente de mim mesma. Essa dose excessiva do meu eu me apodrece.
Sai de mim, eu nao quero essa pessoa aqui. Não me quero. Preciso me libertar de mim.
E nessas horas, me vejo corroída, pois quando não me quero mais, passo a querer o outro como forma de alimento. Me alimento do outro para aguentar o sofrimento de ser eu mesma.

Que coisa triste.

terça-feira, 5 de julho de 2011

morrer de amor

Eu tenho certeza que minha morte vai ser de amor.
Não vou aguentar ter um sentimento tão forte dentro de mim, que não tem por onde sair!

Domina meu corpo, minha mente, meu coração. Quase como uma doença que toma conta do seu organismo! Ela se espalha de tal forma que se torna impossível escapar do trágico fim.
É completamente incontrolável, mais forte do que todas as minhas forças.
O amor é minha doença. Amar se torna algo tão complexo e extremamente viciante, que invade tudo, derrubando qualquer possibilidade de equilíbrio interno que eu havia construído. Me escraviza.
Ele me sufoca, magnetiza e não resta nada a não ser me render.
As tentativas de resistência são quase inúteis, pois as células do amor crescem desenfreadamente no meu corpo, me maltratando. Taquicardia, agonia, desespero.
Busco controle, razão. Daí ele chega, todo imponente e cheio de si, pois sabe que me vencerá. E essa batalha é frustrante.
Por favor,amor, tenha piedade. Não me deixe em pedaços de novo. Preciso de mim. Preciso de mim. Preciso de mim.

Mas eu preciso de você também.

Droga.

sábado, 21 de maio de 2011

em outro palco

A cortina se fechou pra você. O espetáculo acabou e eu fui embora. Os aplausos voce nao recebeu, apenas um sorriso discreto e forçado que significou um adeus. Não gosto mais do seu tipo de peça. Seu drama me irrita e nem acho mais graça na sua comédia. Romance já não existe mais. Sua atuação foi boa enquanto durou, mas todo artista despenca com a mesma intensidade com que brilha.
Seu tempo acabou, agora é hora do próximo espetáculo. Esse sim.
Vou comprar o ingresso antes e contar os dias pra assistir. Vou sentar na primeira fila, para sentir toda a vibração e me envolver mais e mais. Se bobear, subo até no palco.
No final, aplaudo de pé, com certeza. E faço questão de ir ao camarim.
Esse espetaculo promete!

Não é que ele seja melhor do que o outro, e provavelmente não é. É que depois de 2 anos eu percebi que aquele monólogo não me cabia mais. E o melhor: encontrei outro artista que me agradasse tanto quanto aquele! Não é maravilhoso aprender a viver os outros espetáculos da vida?

quinta-feira, 5 de maio de 2011

48 horas a menos

48 horas e alguns sonhos. Ela sentiu o que não sabia e pensou o que não devia. E agora espera mais do que podia. Esperanças e sentimentos que a embalam ao som de uma musica calma, porem intensa. Uma musica feita pra ela, com os acordes do coração.
Ela é instável. Gosta do difícil e inatingível. A dor que isso traz ela simplesmente mastiga com um bombom doce. Dor que assusta, dor que alimenta.
Seu alimento é a própria dor do amor. Os dentes trituram os momentos, a saliva amolece a lembrança. O que sobra não desce para o estômago. Fica sempre entalado na garganta, junto com tudo que ela gostaria de dizer e não diz por medo de não ser correspondida.
Medo que fere, que agoniza, que empurra para o abismo da incerteza.
Ela acredita, mas não se convence. Não se convence porque a dúvida é a mãe de todas suas questões mais profundas. Se questiona, se destrói.
O tempo mais uma vez bate na porta e pede pra entrar. Ela não quer mais esperar, precisa disso agora. "você já ficou aqui muito tempo, tempo." Agora é a hora, ela diz pra si mesma. Na verdade não é. O desejo dela é tanto que se atrapalha em seus pensamentos e confunde tudo.

Para pra pensar, menina. Ainda não é a hora. Abre os olhos, arranca isso do coração e segue em frente esperando.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

sintonia



A coragem falou mais alto e agora você está aqui. Aqui não, lá. Mas aqui, sim, no meu coração.
O que? No meu coração? Jamais! Nunca cairia nessa de novo.

Caí.

E não é que nem foi tao dificil assim admitir isso? Aprender a conviver com esse sentimento pode até estar me fazendo bem. Um sentimento mais calmo, mais consciente, mais racional, menos atrapalhado. Um sentimento que faz sentido, que nunca terminou, mas que vai ter hora para ser demonstrado. É uma sensação de sobriedade, de conhecimento.
É claro que cada sinal é interpretado e que a expectativa sempre será frustrante, mas isso é inevitável e até o inevitável parece estar sob controle.
Sem desespero, sem excitação, sem nervosismo, sem descontrole. Um equilibro interno se instalou em mim e agora deslizo nesse mundo semi-novo, buscando paz.
A nuvem negra da insegurança voa para outro lugar e agora só os nossos pequenos momentos importam. O passado aparece sorrindo como figura distante que serve para nos conectar e nos relembrar que sempre o teremos.

"Um dia tudo vai ficar bem", você me disse naquele sonho. E eu sei disso. O futuro ainda nos espera, meu amor.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

a espera

Ponho-me agora a sua espera. Esvazio-me de expectativas, de intenções e exageros. Planos não faltam e espero que voce nao chegue para interferir neles. Sim, porque eu sou desse jeito. Não sei conciliar meu coração com o resto de minha vida, eles nunca entram em sintonia. Sim, é claro que o coração sempre vence essa batalha.
Mas prometo que vou fazer diferente quando voce chegar. Prometo continuar sendo eu mesma quando voce chegar. Não, juro que não vou cometer os mesmos erros e nem deixar tudo pra tras só por sua causa.
Vou controlar minhas emoções para não te sobrecarregar de amor.
Vou manter as qualidades que voce mais gosta e não trocá-las por fichas de ciúmes. Vou ser eu mesma o tempo todo. Aliás, talvez não seja eu mesma, pois nem eu sei quem eu sou pra você.
Vou esperar voce chegar e te receber apenas com sorrisos e histórias divertidas, sem me apegar a detalhes, a coisas bobas.
Eu sei que voce vai ser ótimo pra mim e me fazer feliz, mas precisa prometer que vai ficar comigo pra sempre, sempre, sempre, sempre!


O que foi? É pedir demais?

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

balanço geral

2010.

1 milhão de sorrisos
7 choros
umas 80 bebedeiras -3 delas por causa dos choros-
80 ressacas
30 novas amizades
2 ou 3 decepções
21 peças de roupa
6 livros
5 amigdalites
2 tatuagens
1 piercing
19 anos
incontáveis beijos
incontáveis loucuras
sexo? bem mais contável.
55 novos números na agenda do celular
0 namorados
uns 60 desaforos lançados no twitter
196 followers
9 professores
muito jornalismo
mais de 1000 fotos
1 carteira de motorista
17 pizzas
0kg a mais (e 0 a menos)
3 couchsurfers na minha casa
2 idas ao Rio
1 a Búzios
1 a São Paulo (pra nunca mais voltar)
38378764 litros de saudade
2 cicatrizes (uma na gengiva e outra no coração)
cada vez menos conceitos e rótulos
4 indecisões
0 arrependimentos
várias tentativas de desapego -nenhuma bem sucedida-

e pelo menos 359 dias de pura alegria.
Que venha 2011!

sábado, 25 de dezembro de 2010

o falecido

"sim, ele ainda existe"
Dói pensar isso. Dói imaginar que mesmo depois de 2 anos, ele ainda não morreu. Foi afogado, apagado, enterrado, excluído, dominado, esquecido, mas ainda sobrevive.
Sua marca foi tão forte que ainda aparece nos meus sonhos, me persegue, me entristece, me envolve. A imagem já um pouco desaparecida, revive no meu sono mais profundo, talvez onde estejam meus desejos mais intensos e secretos.
O que não foi resolvido me assombra. Me faz curiosa. Como seria? Talvez nunca saberei. Talvez saberei em pouco tempo. Talvez tudo aparecerá novamente de uma maneira repentina.
Mas prefiro me esconder. Me reservar o direito de me manter distante. E essa distância real me conforta. Porém, também questiono-me. Se mesmo de tão longe, tem esse efeito em mim, o que será quando nos encontrarmos?
Não. Não quero encontrar. Sinto que nunca estarei preparada. Seu rosto desaparece em mim.
Alguns sinais me apontam respostas, porém a incerteza ainda prevalece.
Enquanto isso, sigo. Não sei se bem ou mal, feliz ou triste, cicatrizada ou ferida. O importante é seguir.

A dúvida mais cruel de todas é: será que EU ainda existo? responda você.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

eterna procura

"O texto gera fatalmente um outro texto interiorizado nele mesmo. Podíamos dizer que dentro do livro há um outro livro em expectativa, cabendo ao autor uni-los afinal em um só volume, e merecendo tantas leituras quanto aquelas destinadas a vários livros de diferentes autores."
-Nélida Piñon

Seguindo o pensamento de Nélida, podemos dizer que:
Uma pessoa gera fatalmente outras dentro de si mesma. Podíamos dizer que dentro de alguém há um outro alguém em expectativa, cabendo ao próprio ser uni-los em um só alguém, pois este merece tanta importância quanto o ser em sua obviedade.

A missão pra 2011 de todo mundo deveria ser encontrar esse(s) outro(s) alguém(ns) em expectativa dentro de si.
Talvez assim paremos de procurar o outro alguém do lado de fora.