sábado, 21 de maio de 2011

em outro palco

A cortina se fechou pra você. O espetáculo acabou e eu fui embora. Os aplausos voce nao recebeu, apenas um sorriso discreto e forçado que significou um adeus. Não gosto mais do seu tipo de peça. Seu drama me irrita e nem acho mais graça na sua comédia. Romance já não existe mais. Sua atuação foi boa enquanto durou, mas todo artista despenca com a mesma intensidade com que brilha.
Seu tempo acabou, agora é hora do próximo espetáculo. Esse sim.
Vou comprar o ingresso antes e contar os dias pra assistir. Vou sentar na primeira fila, para sentir toda a vibração e me envolver mais e mais. Se bobear, subo até no palco.
No final, aplaudo de pé, com certeza. E faço questão de ir ao camarim.
Esse espetaculo promete!

Não é que ele seja melhor do que o outro, e provavelmente não é. É que depois de 2 anos eu percebi que aquele monólogo não me cabia mais. E o melhor: encontrei outro artista que me agradasse tanto quanto aquele! Não é maravilhoso aprender a viver os outros espetáculos da vida?

quinta-feira, 5 de maio de 2011

48 horas a menos

48 horas e alguns sonhos. Ela sentiu o que não sabia e pensou o que não devia. E agora espera mais do que podia. Esperanças e sentimentos que a embalam ao som de uma musica calma, porem intensa. Uma musica feita pra ela, com os acordes do coração.
Ela é instável. Gosta do difícil e inatingível. A dor que isso traz ela simplesmente mastiga com um bombom doce. Dor que assusta, dor que alimenta.
Seu alimento é a própria dor do amor. Os dentes trituram os momentos, a saliva amolece a lembrança. O que sobra não desce para o estômago. Fica sempre entalado na garganta, junto com tudo que ela gostaria de dizer e não diz por medo de não ser correspondida.
Medo que fere, que agoniza, que empurra para o abismo da incerteza.
Ela acredita, mas não se convence. Não se convence porque a dúvida é a mãe de todas suas questões mais profundas. Se questiona, se destrói.
O tempo mais uma vez bate na porta e pede pra entrar. Ela não quer mais esperar, precisa disso agora. "você já ficou aqui muito tempo, tempo." Agora é a hora, ela diz pra si mesma. Na verdade não é. O desejo dela é tanto que se atrapalha em seus pensamentos e confunde tudo.

Para pra pensar, menina. Ainda não é a hora. Abre os olhos, arranca isso do coração e segue em frente esperando.